sábado, 3 de maio de 2014

Amarras

Era uma garota que queria dizer olá ao mundo, sem sair do seu próprio mundo particular. Queria dominar os quatro cantos parada na sua própria sombra. Desejava amar como ninguém com um coração cru e solitário.
E ali, diante das teclas frias do computador, vislumbrava um mundo de oportunidades que talvez nunca se realizassem. Ficava no presente, admirando um passado absorto, e almejava viver o futuro mas nunca tomava as decisões necessárias nesse presente que vivia.
Mas ela tinha certeza, que um dia , um vento sopraria pela janela gradia, que a mantinha presa na masmorra da sua (in)cosciência... Enquanto isso sentada na sua cama, ela tecia manhãs, amarrava tardes e desfiava noites.
Ouvia apenas falar do mundo e imaginava dali mesmo como ele seria, quando um dia ela tivesse a coragem de colocar os pés pra fora.